segunda-feira, 4 de abril de 2011

De quem lê sobre o amor

Hoje assisti a um vídeo da Fernanda Melo, uma escritora jovem, daquelas bem bacanas, que fala do mais comentado, escrito, cantado e chorado assunto da humanidade: o amor!

Não é nenhuma novidade pra ninguém: mulher sozinha, navegando pela internet, e lendo sobre amor. Que coisa mais bixinha...
Acontece que sozinha ou não, sendo amada ou ignorada, correspondida ou iludida, foda-se!
Saber do amor é um mal necessário. Saber do amor é como vive-lo sem ter um pra si.
Saber do amor é imaginar como seria estar ao lado daquele que você sabe ser o amor da sua vida e que, por algum motivo, não dá a mínima pra isso.
Ler sobre o amor é como preencher o vazio da espera. O vazio daquele ultimo encontro que não aconteceu, é como o lenço que enxugou as lagrimas do caminho de volta pra casa.
É mais ou menos como cantar o amor. Aquelas letras rasgadas, apaixonadas, cheias de drama e que só quem amou um dia consegue entender porque diabos tem gente que se emociona com aquilo.
Ler, saber, cantar o amor dos outros é mais ou menos como roubar um pouco daquela história que a gente não viveu. É sentir, lá no fundo, que houve coragem necessária pra viver essa coisa que corrói o peito e que, quando é só de um, pode ser uma dor mais física do que qualquer distensão muscular.
Escrever sobre o amor pode ser um desabafo, pode ser uma fantasia, pode ser uma vontade reprimida. Escrever sobre o amor é um jeito meio torto e inútil que eu arrumei pra tentar entender qual é a dificuldade que a gente tem de assumir nossas vontades, dar nossa cara a tapa e agüentar as conseqüências de tentar mais um pouco.
Foi o jeito que eu arrumei de enfiar o dedo na sua cara e dizer que eu esperei sim. Eu tentei sim e, por mais que tenha sido inútil e eu tenha esfolado minha cara por todo o asfalto que eu já percorri por você, tudo valeu a pena. Tudo.
Porque hoje posso até não estar feliz, mas to do lado do sábio poetinha que viveu menos que muitos, mas amou como ninguém.
A hora do amor, do meu, ainda vai chegar.

“Quando a gente para de acreditar no amor da vida,
aparece um amor pra vida da gente”
– Fernanda Melo.