quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A ausência explica o desconforto.

Queria eu ter escrito no dia 09/09/09 porque, pra mim, isso é data comemorativa. Depois de 2012, não acredito que terei outra oportunidade.

Mas, pra variar, me faltou tudo: ânimo, inspiração, assunto...
Não que hoje o assunto exista mas, pelo menos o ânimo esta vagarosamente de volta e fez frio... e eu tomei algum pouco de vinho, o que explica a suposta e passageira inspiração. Não?!

Ontem foi aniversário da minha avó. a Vó Fifi . 71 aninhos de muito trabalho, suor, dedicação e batalhas. As realizações não vieram em abundância, nem a merecida recompensa por tanta ralação.
Curioso como que, para alguns, a vida não seja assim tão generosa.
Eu queria ter escrito: 71 anos de pura alegria, gloria e sucesso. Não como se tudo fosse um mar de rosas, mas como reflexo de tanto esforço.
Não posso!
E isso me deixa triste. muito.
As vezes penso que o certo não seria fazer as minhas vontades, mas oferecer o melhor que puder a ela. Dar um pouco de alegria a quem tanto fez por todo mundo.
Tento e, as vezes, acredito que levo (com esse meu jeito meio torto) um sorriso para aquele rosto marcado pelo tempo, e pelas lembranças, e por todas as coisas dessa vida.
Ontem foi um dia assim. Encontrei amigos, reuni parte da família. me senti tão eu e tão natural que não queria ir embora.
Ando com saudades de mim.
Não ter que fazer carão, nao ter que impressionar, nem explicar pq as vezes sou diferente das outras pessoas.
Ser conhecida desde pequena poupa muitas explicações e facilita a leveza da coisa. "eu sou assim, você me conhece. Não preciso usar truques para te agradar. Apenas nos gostamos, desde sempre, e isso basta".

As vezes sinto que aquele ali é o meu lugar. Onde eu não teria mais saudades de mim...

Ultimamente dei pra ler poesia. E fui logo para os anos 30.
Nessas horas temos a certeza de que algumas coisas são atemporais.
E depois de tanto assunto misturado, e de tanto tempo ausente, termino com um verso.
Um verso de mulher.
Uma mulher que não sou eu, mas, quem sabe um dia...
E desculpem a bagunça mas, nesse caso, a ausência explica o desconforto.

"...Deixa-te balançar entre a vida e a morte, sem nenhuma saudade.
Deslizam os planetas, na abundância do tempo que cai.
Nós somos um tênue pólem dos mundos...
... Nem é preciso fazer nada, para se estar na alma de tudo."

Cecília Meireles - Êxtase.


PS: ( E eu senti uma imensa saudade do cheirinho, das mãos e da pele fininha da Vó Tel)

Até!

7 comentários:

  1. Fui lendo, lendo e terminei por me identificar com esse texto. Estou com saudades de mim. O problema é que eu nem sei direito onde me encontrar. [????]

    Bju

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  2. Como sempre fico impressionado com o jeito q vc usa as palavras, dsd os tempos de facul... Incrível...

    Bjuu

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  3. Eskeci d logar no anterior ae saiu anonimo, mas escrevo d nvo...

    Como sempre fico impressionado com o jeito q vc usa as palavras, dsd os tempos de facul... Incrível...

    Bjuu

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  4. Prima!!!
    Vc me emociona sempre....to aqui com lágrimas nos olhos, com saudades de mim...dos meus parentes( tios, tias, primos )... do meu pai...do vô Luiz e da vó Theo...
    Grande beijo

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  5. Estava com saudades de ler seus textos... Sempre tão verdadeiros... o que pra mim é o que realmente toca quem os lê. Escreva com mais frequência, faz bem para nossas almas. Super beijo

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  6. Pra gente crescer e sentir saudades e depois rir porque a gente era tosca! rsrsrs

    Valeu pelo comentário!

    ;)

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  7. Olá Thais!
    Muito obrigado pelo comentário no blog.

    Abraço
    Ricardo Mayeda

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